23 de setembro de 2014

Os meus Outonos



Lembro-me das mesas de madeira, da escola primária onde colocávamos as folhas secas e os ouriços das castanhas. A professora pedia-nos que fizessemos postais e, todos juntos, preparavamos o magusto. Há um cheiro próprio desta estação e a luz também se modifica para dar lugar à noite antecipada.
Passeava, de mão dada, às mãos enrugadas dos Avós à volta do estádio que, agora, está diferente. Comprava roupa de meia-estação, estação essa que hoje não existe. Aprendi que adorava (e continuo a adorar!) o som estaladiço das folhas secas.
E depois, a Avó fazia chá de limonete (eu não gostava nada de chá) mas este continua a ser um dos símbolos da casa dos Avós, bem como as bolachinhas que, só se comem depois do pão. Era o tempo em que a família se reunia à mesa. E riamos. Riamos muito (como ainda hoje fazemos).
Sobretudo aprendi que é o Outono que recebe o Natal e, por isso, transporta uma magia inexplicável.
São estas as memórias de quem cresceu no tempo em que havia estações.

Quais são as vossas memórias?

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